Perdoar repetidamente no nosso coração.
Quantas vezes devemos perdoar?
Não é questão de perdoar uma pessoa que ofende continuamente, mas de perdoar repetidamente no nosso coração. O verdadeiro perdão, o que nos faz sentir livres, em geral, acontece aos poucos. Não é um sentimento, não é esquecer: é a escolha que o homem sábio deveria realizar, não só quando a ofensa se repete, mas a cada vez que volta à nossa memória. Por isso é preciso perdoar repetidamente.

Chiara Lubich nos faz lembrar que devemos nos comportar assim na família, no trabalho, na escola, ou na nossa comunidade. “Às vezes queremos compensar com um ato ou com uma palavra, a ofensa sofrida. Sabemos que por diferenças de caráter, nervosismo ou por outras razões, as faltas de amor são frequentes entre as pessoas que convivem. Bom, devemos lembrar que só uma atitude de perdão, renovada permanentemente, pode preservar a paz entre os irmãos. Tendemos a pensar sobre as falhas dos nossos irmãos, lembrando do passado, com a pretensão de que eles sejam diferentes de como eles são. É preciso acostumarmos a olhá-los com olhos novos, aceitando-os sempre e imediatamente, em profundidade, mesmo se eles não se arrependerem”.
Há situações nas quais não é fácil perdoar, eventos que nascem das condições políticas, sociais, econômicas e que o perdão pode assumir uma dimensão comunitária. Muitos são os exemplos de mulheres e homens que souberam perdoar mesmo nos contextos mais duros, ajudados pela comunidade que lhes deu apoio.
Osvaldo é colombiano. Foi ameaçado de morte e presenciou o assassinato de seu irmão. Hoje ele é o referente de uma comunidade camponesa, e se ocupa da recuperação de pessoas que estiveram diretamente envolvidas com o conflito armado do seu país. “Teria sido fácil responder à vingança com outra violência, mas eu disse não”, explica. E depois: “Aprender a arte de perdoar é muito difícil, mas as armas ou a guerra nunca são uma escolha para transformar a vida. O caminho da transformação é diferente, é poder tocar a alma do outro e para fazê-lo você não precisa do orgulho nem de qualquer tipo de poder; é necessária a humildade, que é a virtude mais difícil de se construir”.
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A IDEIA DO MÊS, baseada em textos de Letizia Magri, surgiu no Uruguai no contexto do diálogo de pessoas com diversas convicções religiosas e não religiosas, cujo lema é “construindo diálogo”. O fim desta publicação é o de contribuir e promover o ideal da fraternidade universal. Atualmente A IDÉIA DO MES é traduzida em doze idiomas e é distribuida em mais de 25 países.
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